Olá! Hoje quero trazer para vocês que me acompanham um dos principais, senão o principal benefício do planejamento financeiro. A sua curva futura ou sua curva de aposentadoria.

Dentro de uma metodologia consistente de planejamento financeiro precisamos ter uma visão hoje do seu futuro considerando reserva de emergência, seus sonhos e projetos que deseja realizar e, claro, a aposentadoria ideal. É um exercício primordial para despertar o engajamento da família com os benefícios de se planejar, com os benefícios de saber que se está considerando todos teus anseios de vida seja uma viagem importante por ano, uma troca de carros a cada 3-5-7-10 anos (o cliente escolhe), uma festa de casamento, a reforma do apartamento ou da casa a cada 5-10 anos, um MBA, os estudos para os filhos/netos, um pé de meia para os filhos/netos, um ano sabático, a lista vai de cada um e estão representadas na figura acima pelas bolinhas verdes que contem um símbolo do projeto.

A montagem da curva

O interessante nessa curva de futuro é que a montagem é definida em conjunto com base em premissas definidas pelo cliente, conversadas e explicadas pelo planejador financeiro e ajustadas de acordo às visões e possibilidades. Qual seria o valor ideal para receber mensalmente após parar de trabalhar? Em que idade gostaria de parar de trabalhar? Que gastos você está considerando para essa aposentadoria desejada? Você possui algum fundo de pensão? Vai considerar INSS, se sim, que valor? É adequado à realidade? Possui um bem que gera renda? Vai receber algum valor de herança? Pensa no futuro mudar do seu atual imóvel para um menor? Qual seria sua expectativa de vida? 

Após a consideração iniciais de reserva, projetos e das premissas, chegamos ao valor da reserva futura necessária para a obtenção do valor mensal desejado de aposentadoria durante o período de vida estimado. Com isso e considerando taxas de juros conservadoras para a realidade histórica no Brasil, chegamos ao valor mensal que a família vai precisar guardar para ter seu futuro garantido de hoje até a data da aposentadoria. Não é necessário afirmar que quanto mais cedo estabelecermos essa visão de futuro, menor será o esforço de poupança. A parte azul da curva na figura acima é o patrimônio principal investido e a verde é o patrimônio total projetado, ou seja, a parte dos juros acumulados durante todos os anos de investimentos, como se vê, quanto mais anos de acúmulo, melhor! 

Fechando a curva

“Ok, Henrique, mas eu não tenho espaço no salário para guardar esse valor mensal que você sugeriu, e agora?” Partindo desse ponto vamos então olhar para os seus gastos mensais. Todo mundo sabe quanto gasta nas contas grandes, as fixas e obrigatórias do orçamento familiar. O problema, no geral, são as despesas não obrigatórias ou variáveis que não raro estão acima do que a família pensa que gasta. Planos de streaming (Netflix, Disney+, Spotify, etc), planos de celular, academia que não se frequenta, restaurantes e lazer em geral, parcelamentos que saem do controle (apesar de não ser uma categoria), roupas e acessórios, presentes, compras sem classificação. Não existe certo ou errado, muito ou pouco, o que existe é a transparência necessária para se tomar a decisão com informação, não com contas mentais ou achismos. É você tomando as rédeas da sua vida financeira!

Se a economia necessária para fechar a curva não é conseguida (linha em laranja na figura), ou seja, o cliente não consegue junto com o planejador otimizar o orçamento para investir a quantidade mensal requerida, ajustes serão necessários nas premissas: idade de aposentadoria, estratégia de investimentos, redução na expectativa de vida ou valor da aposentadoria futura.

Planejamento financeiro não é feito para cortar gastos, é sim feito para gastar bem, gastar no que você sabe que traz benefícios para você e que uma otimização planejada pode e deve  impactar positivamente o seu futuro e possivelmente o de sua família por muitos anos. 

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Abraço forte!

Henrique Cintra Ribeiro, CFP®